quinta-feira, 26 de julho de 2012


Bonjuuuu galera. Primeiro post de uma colaboradora.
Hoje, Carol Chaud, formada em Direito, registrada na OAB com louvor, grande amiga e, claro, LIIINNNDAA. Aprendam, 'direito' é muito importante e tem várias coisas interessantes. Beijo Mari


Oi gente!!!
                        A Mari propôs para que eu escrevesse para o Blog, lógico, sobre assuntos jurídicos, o que mais gosto de escrever e sobre o que mais entendo. Aí eu fiquei pensando sobre o que eu escreveria, afinal, a maioria das pessoas acha chato.No entanto, engana-se quem pensa que é chato. Aliás, já me deparei com tanta coisa engraçada que penso valer a pena compartilhar.
                        Há alguns anos atrás trabalhei no Fórum de Catalão como estagiária, e agora estou de volta como assistente de um dos Juízes. Normalmente, quando vamos dar andamento a um processo, temos que pesquisar sobre casos semelhantes para uniformizar as decisões de forma geral. É o que se dá o nome de “jurisprudência”, ou seja, os tentar decidir sobre casos semelhantes de forma semelhante.
                        Certo dia estava pesquisando decisões sobre “furto famélico”, que nada mais é que o furto cometido por aquela pessoa literalmente morta de fome ou para matar a fome de um morto de fome, por exemplo, a mãe que furta feijão no supermercado para dar almoço aos familiares... São inúmeros casos!!! E nessa pesquisa eu encontrei uma decisão em forma de poema, dada por um Juiz de Minas Gerais, cidade de Carmo da Cachoeira. O Juiz Ronaldo Tovani, de 31 anos, inovou. E eu adorei!!!
                        Vejam só a sentença dada a um sujeito preso em flagrante por ter furtado duas galinhas e ter perguntado ao delegado "desde quando furto é crime neste Brasil de bandidos?"...

No dia cinco de outubro

Do ano ainda fluente

Em Carmo da Cachoeira

Terra de boa gente

Ocorreu um fato inédito

Que me deixou descontente.

O jovem Alceu da Costa

Conhecido por "Rolinha"

Aproveitando a madrugada

Resolveu sair da linha

Subtraindo de outrem

Duas saborosas galinhas.

Apanhando um saco plástico

Que ali mesmo encontrou

O agente muito esperto

Escondeu o que furtou

Deixando o local do crime

Da maneira como entrou.

O senhor Gabriel Osório

Homem de muito tato

Notando que havia sido

A vítima do grave ato

Procurou a autoridade

Para relatar-lhe o fato.

Ante a notícia do crime

A polícia diligente

Tomou as dores de Osório

E formou seu contingente

Um cabo e dois soldados

E quem sabe até um tenente.

Assim é que o aparato

Da Polícia Militar

Atendendo a ordem expressa

Do Delegado titular

Não pensou em outra coisa

Senão em capturar.

E depois de algum trabalho

O larápio foi encontrado

Num bar foi capturado

Não esboçou reação

Sendo conduzido então

À frente do Delegado.

Perguntado pelo furto

Que havia cometido

Respondeu Alceu da Costa

Bastante extrovertido

Desde quando furto é crime

Neste Brasil de bandidos?

Ante tão forte argumento

Calou-se o delegado

Mas por dever do seu cargo

O flagrante foi lavrado

Recolhendo à cadeia

Aquele pobre coitado.

E hoje passado um mês

De ocorrida a prisão

Chega-me às mãos o inquérito

Que me parte o coração

Solto ou deixo preso

Esse mísero ladrão?

Soltá-lo é decisão

Que a nossa lei refuta

Pois todos sabem que a lei

É prá pobre, preto e puta...

Porissopeço a Deus

Que norteie minha conduta.

É muito justa a lição

Do pai destas Alterosas.

Não deve ficar na prisão

Quem furtou duas penosas,

Se lá também não estão presos

Pessoas bem mais charmosas.

Afinal não é tão grave

Aquilo que Alceu fez

Pois nunca foi do governo

Nem seqüestrou o Martinez

E muito menos do gás

Participou alguma vez.

Desta forma é que concedo

A esse homem da simplória

Com base no CPP

Liberdade provisória

Para que volte para casa

E passe a viver na glória.

Se virar homem honesto

E sair dessa sua trilha

Permaneça em Cachoeira

Ao lado de sua família

Devendo, se ao contrário
,
Mudar-se para Brasília!!!

                        É isso!!! E da próxima vez prometo um texto menor, porque não vai precisar de introdução...rs.
                        Beijos.

                       Carol Chaud

Nenhum comentário:

Postar um comentário